O nível de inglês dos estudantes espanhóis no final do ESO: Por que não avançamos?

  • 31% dos estudantes espanhóis não atingem o nível A1 em compreensão oral no final do ESO.
  • Fatores como formação de professores e exposição limitada ao inglês afetam os resultados.
  • Comparativamente, a Espanha está atrás dos países nórdicos em proficiência em inglês.
  • É crucial implementar reformas estruturais para melhorar a aprendizagem do inglês.

Nível de inglês dos estudantes espanhóis no final do ESO

A educação bilíngue na Espanha, especialmente em Inglês, tem sido objeto de análise exaustiva nos últimos anos. Embora o programas de ensino bilíngüe expandiram significativamente no panorama educacional espanhol, os resultados não parecem refletir uma melhoria considerável no nível de inglês dos alunos, particularmente no final do ESO (Ensino Secundário Obrigatório). De acordo com vários estudos como Estudo Europeu de Competência Linguística (EECL), liderada pela União Europeia, o nível alcançado pelos estudantes espanhóis está atrás de outros países europeus.

Resultados dos estudantes espanhóis na EECL

El Estudo Europeu de Competência Linguística Foram avaliados um total de 53.000 estudantes de 14 países da União Europeia. Em Espanha, 7.651 alunos do 4º ano do ESO participaram neste teste, que se concentrou nas três competências básicas de qualquer língua: compreensão oral, compreensão de leitura e expressão escrita, em inglês e francês. Os resultados foram alarmantes quando se tratava de inglês:

  • 31% dos alunos nem sequer atingiram o nível A1 em compreensão oral, o que equivale a não compreender expressões simples utilizadas em contextos quotidianos.
  • Na compreensão leitora, 58% também não atingiram o nível A1, o que indica dificuldade substancial na compreensão de textos básicos.
  • Na expressão escrita, apenas 9% dos alunos atingiram o nível B2, considerado intermediário superior.

Por outro lado, os testes em francês produziram resultados significativamente melhores. A Espanha posiciona-se como o terceiro país com melhor desempenho nesta língua, atrás apenas da Holanda e da Bélgica. Estes resultados reforçam a ideia de que o ensino de segundas línguas como o francês tem sido mais eficaz em determinados aspectos.

Nível de inglês dos estudantes espanhóis no final do ESO

Fatores que influenciam os baixos resultados

Uma análise mais detalhada do fraco desempenho em Inglês aponta para uma combinação de fatores estruturais e pedagógicos. Entre os principais motivos destacamos:

  • Nível do professor: Muitas instituições classificadas como bilíngues possuem professores que mal alcançam o nível B2 do QECR (Quadro Europeu Comum de Referência). Isso limita a capacidade de ministrar aulas avançadas e enriquecer o aprendizado de idiomas.
  • Exposição linguística: Ao contrário de países como a Suécia ou a Holanda, onde o inglês está integrado no entretenimento e nos meios de comunicação, em Espanha grande parte do conteúdo audiovisual é dublado para o espanhol. Isto reduz consideravelmente a exposição dos alunos à língua estrangeira.
  • Carga docente insuficiente: Apesar do esforço para ampliar as horas dedicadas ao inglês, estas não são suficientes para alcançar a proficiência avançada, principalmente quando não são complementadas com atividades fora da sala de aula.

Comparação com outros países europeus

A Espanha ocupa posições intermediárias ou baixas nas comparações europeias no que diz respeito ao nível de inglês. No Índice de Proficiência em Inglês Education First (EF EPI) dos últimos anos, a Espanha está claramente atrás dos países nórdicos, que historicamente lideram a tabela graças a sistemas educacionais que incentivam a imersão e o uso prático do inglês desde cedo.

Por exemplo, na Suécia e na Noruega, o inglês não faz apenas parte do currículo educativo, mas também faz parte da vida quotidiana através de filmes, séries e videojogos na sua língua original. Essa exposição constante facilita um aprendizado mais orgânico e eficaz.

aprender Inglês

O nível de inglês após o ESO

Embora no final do ESO se espere que os alunos atinjam o nível A2 ou mesmo B1, isso nem sempre é verdade na realidade. De acordo com o relatório de Exameexame, o nível A2 corresponde a um nível “básico avançado”, mas uma percentagem significativa de alunos mal consegue comunicar simplesmente em inglês. Assim, os objectivos estipulados no QECR parecem estar longe de serem alcançados de uma forma geral.

Iniciativas para melhorar o nível de inglês

Diante deste problema, diversas estratégias e iniciativas têm sido propostas para melhorar a aprendizagem do inglês nas etapas obrigatórias:

  • Reforma na formação de professores: Elevar o nível mínimo exigido para os professores, priorizando C1 ou superior, garantirá que eles sejam mais capazes de ensinar inglês de forma eficaz.
  • Maior exposição ao inglês: Promover a utilização de plataformas e conteúdos em versões originais, bem como o desenvolvimento de programas extracurriculares voltados para a aprendizagem prática de línguas.
  • Intercâmbios e estadias no exterior: Muitos especialistas concordam que a imersão no idioma é uma das ferramentas mais poderosas para o aprendizado profundo de qualquer idioma.

O papel dos programas bilíngues

Embora escolas bilíngues proliferaram em Espanha, há críticas relativamente à implementação destes programas. Alguns pesquisadores apontam que focar apenas no ensino de disciplinas em inglês não é suficiente para garantir uma aprendizagem eficaz. É essencial que sejam complementados com estratégias que melhorem habilidades de ouvir e falar.

Além disso, a seleção de materiais de qualidade e o seu alinhamento com o nível real dos alunos são aspectos fundamentais para melhorar os resultados obtidos no final do ESO.

A aprendizagem do inglês no ensino secundário em Espanha continua a ser um tema pendente. Apesar de iniciativas como programas bilingues, os resultados ainda não estão à altura dos padrões europeus. É crucial realizar reformas estruturais que incluam tudo, desde melhores estratégias pedagógicas até maiores oportunidades de imersão linguística, para que as novas gerações alcancem níveis excepcionais de competência nesta língua essencial para o mundo globalizado.


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